terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


Este é um glossário engraçado sobre os indivíduos que utilizam motocicleta, seja como esporte, lazer ou trabalho. É salutar conhecer bem esses termos, pois deve-se tomar certo cuidado ao abordar um deles. Se chamá-lo pela denominação errada, certamente terá problemas.
Motoqueiro
Indivíduo que anda sobre uma máquina que tem dois pontos de contato com o solo. Note que qualquer ser que consiga se equilibrar sobre os quartos traseiros pode ser um motoqueiro, ainda mais considerando o preço de uma moto 125 com mais de 10 anos. Quando esse indivíduo comprou seu veículo de duas rodas, acreditava que qualquer coisa sobre o asfalto que tenha mais de duas rodas é um obstáculo a ser vencido (tem certeza que se tivesse comprado aquela DT 180 85 daria para pular por cima). Atualmente, depois de três multas por andar sem capacete, várias mijadas de guardas por estar de chinelo e sua foto (ou melhor, a da traseira da moto com ele cobrindo a placa com a mão enquanto “fazia bundão” pro pardal) espalhada por todas as repartições do Detran, ele é o dono da rua ! Sua próxima aquisição será aquele ferrinho de pôr na rabeta para poder empinar sem estourar a lanterna traseira…Aí sim vai ser “animal” passar nos pardais.
Motociclista
Este indivíduo se considera a casta nobre dos condutores de motocicleta, pois só anda de capacete, não grita “volta pra cozinha!!!!” quando uma mulher inadvertidamente lhe fecha no trânsito e nunca joga papel de bala no chão. Não consegue ficar 15 minutos sem pensar na sua possante e acha que não existe coisa melhor no mundo que andar de moto. Se sua mulher deixasse, guardava a moto na sala de jantar. Mas como não há substituto para sexo, guarda a moto debaixo de uma lona na garagem mesmo (mas só cobre depois do motor esfriar, nem que tenha que ir até à garagem as 3:00 horas da manhã mais fria do inverno para cobrí-la).
Biker
Indivíduo totalmente “sui generis”. Também se considera de uma casta nobre, mas de um filó absolutamente diferente dos demais. Começou aos 10 anos com uma Caloi Super, de quadro de ferro e 10 marchas (era o moleque mais rápido do quarteirão sobre sua bicicleta). Quando cresceu e virou gente, a 1ª moto que comprou foi uma RD350, que passsava horas lavando e encerando. Divertiu-se muito com esta RD (”Meu, tu não acredita em quantos minuto fiz do trampo pra casa, e isso ao meio-dia !). Aí ganhou mais dinheiro, teve dois filhos, trocou a Parati rebaixada com vidro fumê por um Santana de 4 portas e comprou uma moto esportiva. Mais de 130 cavalos, sem contar o condutor e velocidade final de 270 km/h (mas com o Sarachú que ele vai colocar vai passar dos 285 frouxo). Sua diversão é subir até o topo da serra e descer, uma vez atrás da outra, das 8:00 às 11:30 de todo sábado de sol, fazendo todas as curvas na horizontal. Sempre se veste com uma jaqueta que se liga por zíper à calça, das cores mais psicodélicas possíveis e que geralmente custam um valor de 4 dígitos. Quando chega em casa pro almoço depois do exercício de sábado, a 1ª coisa que faz é abrir a jaqueta de guerreiro do futuro pós-apocalípse, amarrar as mangas na cintura e em seguida atacar a geladeira atrás de líquidos, pois quase desidrata de tanto suar dentro do uniforme. Depois de beber dois litros de água, suco, chá, cerveja, etc, beija a mulher (a qual manda ele tomar banho porque está fedendo chulé) e vai vistoriar os novos riscos nas pedaleiras que fez naquelas curvas “animais” da serra. E pensa consigo mesmo “sábado que vem ponho o Sarachu, aí sim vai dar pra aproveitar toda potência”.
Cochinha
Na verdade, essa definição serve para todas os usuários de moto. É aquele indivíduo que tem um veículo de duas rodas dentro da sala de TV. Acha que o importante é ficar babando em cima da moto, e só anda com ela nos fins de semana de sol e quando emenda um feriadão e não vai viajar com a patroa e os 3 filhos. Seu maior prazer é sair de carro com os amigos e falar de motos. Quando sai para dar umas voltas (depois de entrar nos sites disponíveis para ver se há risco de tomar chuva naquele sábado de céu azul) e não pára em sinaleiro sem ficar acelerando o motor. Geralmente sai no gás para frear em cima do carro em frente a 30 metros. Sua política é que moto é a melhor coisa do mundo, mas em viagem com mais de 30 km é melhor ir de carro por ser mais seguro, ter rádio toca-fita com magazine de 12 CDs no porta-malas, ar condicionado, etc. Além do mais, “não sei não, mas parece que vai chover semana que vem, por isso não sei se vai dar pra ir junto com vocês…”
Tiro Curto
Denominação dada ao indivíduo sobre duas rodas que vai a qualquer encontro, em qualquer lugar, pagando ou não, com qualquer tempo, mas raramente chega lá no dia programado. Sempre fica no meio do caminho para arrumar um probleminha na moto que só depende de se conseguir uma peçinha na cidade vizinha. A sua moto é o arquétipo da moto ideal, mecanicamente perfeita. Aqueles barulhinhos irregulares são charme próprio. A bomba de óleo que estourou ontem, o fluído de freio vazando na semana passada e a torneira de combustível entupida do último encontro (30 dias antes) são coisas da vida que acontecem com qualquer um. Geralmente é o 1º a apoiar a idéia do MC comprar uma carretinha pro carro de apoio (”Lembra daquela vez que o “fulano” teve de dormir naquele motel pulguento? Ainda bem que não estava junto, já que minha moto estava na revisão, mas se a gente tivesse a carreta vocês poderiam ter colocado aquela porcaria da moto dele em cima”). Facilmente reconhecido, pois conhece os nomes de todo mundo na sua concessionária, do mecânico-chefe, gerente ao cara de CG que faz entregas. Quando consegue chegar de volta de um encontro sobre a moto (e não dentro do carro de apoio) fala prá todo mundo que esse foi um dos melhores encontros que aquela cidadezinha já fez. Muito melhor que o do ano passado, pois de tanta chuva (na verdade era uma garoa forte) molhou as velas e teve de dormir num hotel na entrada da cidade que lhe cobrou uma nota preta. “Este ano foi diferente, a organização não deixou ninguém nos explorar com hotéis caros… Aquela mancha de óleo ali ? Isso é óleo que jogaram embaixo só para me sacanear. Essa moto não dá oficina” !
CGzeiro
Começou com uma Turuna 80 (aliás, impecável) do tio dele e agora esta já na sua 3ª Today. Seu sonho de consumo era uma Titan ES, mas agora com a YBR, está em dúvida…se a troca de óleo for mais barata pode até pensar. Entre seus amigos é muito querido, pois além de fazer zerinhos perfeitos (”aquela vez que a moto escapou e acertou um Audi estacionado do outro lado da rua foi porque a rua ali na frente do colégio tem muita pedrinha solta por causa dos ônibus que passam aos montes”) e, também, a melhor antena corta-cerol do bairro. Pensa um dia escrever para a Duas Rodas e perguntar se não querem fazer um teste com seu corta-cerol. Numa dessas pode até começar a faturar uns trocados com os pedidos…
Super Biker
Indivíduo bastante curioso. Sua filosofia de vida é chegar lá. Não importa onde, desde que seja rápido e antes dos colegas com aquelas velharias de 1998. Seu modo de trajar é bastante semelhante ao do “biker”, mas difere por sempre usar capacete de fibra de carbono com kevlar trançado, viseira anti-embaçante e à prova de impactos, além de cinta jugular acolchoada de nylon anti-alérgico que pesa somente 127 g. Têm um jeito peculiar de andar quando está sobre os próprios pés, pois sempre inclina a cabeça prá frente para melhorar a penetração aerodinâmica. Não são muito vistos sobre as motos, pois quando você olha ele já passou. Detesta andar devagar, pois o “pressurized air charged direct double induction system” só começa a funcionar a partir dos 195 km/h (se bem que a nível do mar já entra nos 185 km/h). Além do mais, andar a menos de 200 km/h é coisa de frouxo. É facilmente reconhecível nas boates dos encontros, pois sempre são é o primeiro a chegar e quando se pergunta a um deles se o túnel na BR ainda estava em reformas ele responde “Reformas? Não vi máquina nenhuma…”. Outra característica marcante é seu ódio descomunal a insetos. Isso porque dói pra cacete levar uma besourada no pescoço a 298 km/h. Acredita piamente que até o ano 2010 estarão em produção motos de série que rompam a barreira do som (”Aí sim vai dar para curtir o vento no rosto…”).
Cruiser (Custom)
A denominação é derivada do tipo de moto que pilota. Sua filosofia de vida é ir, não importa quanto tempo leve nem se vai chegar lá. Só ouve rock, respira couro e come cromo. Se não for cromado não presta. Veste-se dos pés a cabeça com roupas de couro (até no capacete às vezes), incluindo-se cuecas e meias, geralmente na cor preta. Além do couro, adora usar penduricalhos presos à roupa, como correntinhas, broches, etc. Não gosta muito do verão por que no sol toda essa roupa preta esquenta pra cacete. Considera-se o “bad boy” do reino de duas rodas, mas a maioria pede: “por favor, não fala palavrão” e até respeita mulher no trânsito. Também não gosta de insetos, pois como geralmente usa elmos abertos, detesta comê-los quando está pilotando. Nos encontros, se você perguntar se o túnel na BR ainda está em reformas, responde com detalhes, pois anda tão devagar que consegue até ler o nome nos crachás dos trabalhadores.
Trilheiro
Esse indivíduo não faz parte da fauna urbana, pois só se sente a vontade quando está no meio do mato. Seu credo é “no barro é que me realizo”. Só é feliz quando está com barro até a cueca, já que andar no asfalto é coisa de “mariquinha”. Quanto mais chover melhor, pois assim a trilha estará bem enlameada. É um dos poucos seres sobre moto que sabe lavar roupa, pois sua mulher se recusa a pôr a mão ou deixar que a empregada lave aquela imundície que é a roupa dele andar de moto. Detesta os “coxinhas” e “flanelinhas”, já que moto limpa não presta e é, no mínimo, coisa de fresco. Não vai muito a encontros, pois só existem encontros em cidades, nunca na terra ou no mato e andar no asfalto é coisa de mariazinha.
Flanelinha
Também é uma categoria encontarda em todas as tribos. Esse indivíduo tem como meta na vida deixar sua moto brilhando. Não existe coisa pior que mancha ou sujeira. Também é dos poucos que lava roupas, pois só usa roupa limpa ao andar de moto para não sujar o banco. Nos encontros que vai (apenas na época de seca e somente em cidades limpas) ganha todos os prêmios de moto mais bem conservada. Característicamente sempre carrega um paninho, pois sempre pode aparecer uma sujeirinha. Conhece de cor nomes e fabricantes de todas as marcas e tipos de cêras e polidores, além de conseguir citar de traz para frente a sequência de lavagem de sua moto. Uns chegam ao ponto de plastificar a moto inteira (”Sabe como é, radiação ultra-violeta pode danificar a pintura. Não dá pra se descuidar”). Nos encontros, para achá-lo é só ir onde estão as meninas em trajes mínimos lavando motos. Geralmente tem um flanelinha ajudando ou ensinado elas a lavar.
Estradeiro
É uma espécie de nômade que ainda não conseguiu criar raízes em lugar algum. Na dúvida, ele pega a estrada, não importa pra onde, desde que seja longe. Também não se importa em quanto tempo vai levar ou se tem alguma coisa lá, o importante é ir. Uma de suas características é transformar a moto num motorhome, com malas, alforjes, bagageiros, mochilas e pochetes por tudo, sempre com um 2º capacete em cima da pilha mais alta. É o único indivíduo sobre duas rodas que acredita não seja totalmente verídica a estória de que todo caminhoneiro tem a mãe na zona. Afinal, naquela viagem do mês passado ao Aconcágua (que fez saindo pela Transamazônica), foi um caminhoneiro que lhe deu carona de volta a Manaus quando o pneu traseiro rasgou. Sempre que encontrar um “estradeiro” e ele disser já volto, desconfie. Se pudesse, trocaria o irmão mais novo para ir de moto à Daytona (saindo da Terra do Fogo, é claro).
Motoclube
Uma reunião formal, legalizada e com estatuto a ser cumprido pelos usuários de moto. Normalmente, é composto apenas por uma das denominações anteriores e todos são identificados por uma jaqueta, colete ou camiseta e com uma figura às costas, com dizeres do tipo “pelo asfalto, minha vida” ou qualquer outro dizer imperioso. Quanto mais coisas e penduricalhos conseguir colar, costurar ou amarrar no colete ou jaqueta, melhor. Seus integrantes, nos encontros, só se misturam com integrantes de outro MC da mesma categoria e sua principal diversão é falar mal dos encontros pagos e das outras “categorias”. Alguns até tem sede própria, onde fazem as reuniões para decidir que encontro pago será boicotado ou qual membro vai ser punido por não usar o broche do grupo no último encontro que foram. A maior ocupação de seus integrantes é confeccionar adesivos para poder trocar com os outros MC e aí colar no painel da sede. Os Motoclubes mais abonados mandam pintar o carro de apoio, a carretinha e a sede inteira com as cores do grupo, com um enorme brasão na parede (no carro de apoio colocam aqueles adesivos magnéticos com o emblema do MC nas portas). Para se relacionar bem com esses indivíduos, é necessário certo conhecimento de zoologia para saber qual animal adotaram como símbolo (além dos seus hábitos, se carnívoro, onde se encontra, seus ritos de acasalamento, etc.).
Autor Desconhecido
Fonte: http://www.ciceropaes.com.br/texto_definicoes.html

Somos os CATA VENTOS DA ESTRADA

Fazer-se à estrada numa moto dá-lhe uma mobilidade sem comparações. Pode esgueirar-se por entre o trânsito, andar por ruelas estreitas e estacionar com facilidade. Por outro lado, sem a barreira do vidro dos carros, o contacto com a natureza torna-se mais gratificante e a tradicional cumplicidade entre os motociclistas, que trocam saudações sempre que se cruzam e dicas quando necessário, é garantida. 


Embora não existam dados oficiais sobre o número total de motociclistas brasileiros, sabe-se que atinge as centenas de milhares e que aderem cada vez a um conceito de férias denominado de “mototurismo”. 

E é com essa intenção que estamos criando o grupo Cata Ventos da Estrada, Somos de Palmas estado do Paraná, e estaremos usando esse Blog para divulgar nossas viagens e experiências com o mundo das duas rodas.